O que é um bonsai?
A tradução da palavra para o português literal é “plantada em vaso”, e não árvore em miniatura ou anã como foi por muito tempo difundido no Brasil.
Um bonsai não é uma muda ou uma manipulação afim de deixar uma pequena árvore estressada. É a representação da natureza, dando à uma árvore madura e capaz de produzir flores e frutos a chance de expressar todas as características que ela seria capaz de apresentar no ambiente natural dela.
O homem não tenta criar a natureza e ser Deus, mas dá condições para que a natureza se mostre como ela é.
A arte do bonsai demanda tempo, paciência e, é claro, talento. Durante muito tempo, formatos esdrúxulos que tinham troncos exageradamente retorcidos foram os exemplares mais caros, mas hoje se admira muito mais aqueles que são representação das espécies em seus ambientes naturais.
Origem do bonsai
Não se tem registro garantido sobre a origem do bonsai. Através de manuscritos e desenhos, se sabe, porém, que a China é o país que deu origem a esta arte.
No início, o objetivo era apenas coletar árvores pequenas na natureza e criá-las em vasos, mas com o tempo o cultivo delas foi se tornando uma arte. Apesar da China ser a dona do título de mão da arte, foi o Japão que a tornou mundialmente famosa.
Nos séculos XI e XII houve a grande invasão da cultura chinesa no Japão. Desde então o bonsai tem sido uma técnica conhecida como japonesa, o que já sabemos não ser verdade.
Primeiramente o cultivo das pequenas árvores era restrito aos nobres, mas com a expansão da cultura zen, logo o bonsai se popularizou no Japão e depois para a Europa com a chegada dos portugueses e espanhóis ao oriente.
No século XVIII os ingleses retornavam do Japão trazendo os primeiros exemplares para a Europa, e em 1878 já havia em Paris a primeira exposição européia. Em 1959, um grande mestre bonsaísta, Yoshi Yoshimura, levou para os Estados Unidos a técnica. Depois disso, para se espalhar para o mundo todo foi questão de vinte ou trinta anos.
Como fazer um bonsai?
Basicamente podemos fazer um bonsai através de:
Yamadori:
É o método o preferido dos bonsaístas que praticam a arte por puro prazer. Consiste em retirar árvores de montanhas, matas ou outros locais, onde elas estejam tendo seu crescimento limitado por sombra ou por não conseguir expandir suas raízes ou outros motivos. É a técnica que tem maior chances de erro para principiantes, mas é a técnica que nos dá melhores resultados em um curto espaço de tempo.
Sashiki:
Cultivo por estacas. Bonsais advindos de estacas normalmente, se bem escolhida a estaca, nos dão bons resultados, mas com um tempo um pouco maior.
Mudas:
Esse método nos dá um nível de sucesso bem grande e normalmente nos possibilita manejar a árvore desde muito nova, mas o tempo para se obter o bonsai pode ser muito longo.
Misho:
A partir de sementes, é o primeiro passo para se ter uma muda, mas o tempo é o fator mais limitante. Normalmente só quem trabalha com sementes são bonsaístas profissionais que fazem bonsais para vender.
Tipos de podas
Podas drásticas: é necessária quando a muda tem aspecto muito alta e de tronco muito fino. A poda drástica serve para a planta engrossar o caule e aumentar as raízes mais superficiais. Deve ser feita de forma a não danificar o tronco e de não diminuir tanto a área foliar fotossinteticamente ativa.
Poda das folhas: serve para retirar folhas de lugares que possam deixar a copa com aspecto estranho. Neste caso cortamos a folha de forma a deixar o pecíolo na planta até que a própria possa cicatrizar o local de onde se tirou folha.
Podas de refinamento: comum em pinheiros, é feito com as mãos, arrancando-se os ponteiros e as folhas mais jovens na primavera.
Amarrações: Utilizam-se amarrações com arames de cobre ou alumínio. A disposição das amarrações é feita de forma a “enrolar” os galhos que deverão ser guiados na direção desejada. Os arames nunca podem se cruzar sobre os galhos.
Poda das raízes: A poda das raízes é fundamental para a sobrevivência do bonsai. É com a poda das raízes que a planta adquire aspecto mais velho. O intervalo entre uma poda e outra varia de espécie para espécie e em bonsais muito velhos pode ser dispensada.
Para se podar as raízes, devemos tirar a planta do vaso e tentar manter a integridade do torrão de terra que fica em torno da maior parte das raízes. Com cuidado devemos podar as raízes excedentes de forma cuidadosa e com material adequadamente afiado.
Após a poda de raízes a planta deve ser novamente colocada no vaso e coberta com terra orgânica.
Sistema de drenagem:
No fundo do vaso de qualquer bonsai devemos ter um sistema de drenagem eficiente.
Normalmente o fundo do recipiente tem um grande furo que deve ser coberto internamente por tela. No fundo é bom ter uma camada de cascalho grande e outra camada de cascalho pequeno. Acima disso deve vir uma camada de terra, o torrão com o bonsai (que deve ter solo bem estruturado e estável, não somente terra de jardim ou terra orgânica) e acima do torrão terra orgânica ou substrato.
Como molhar seu bonsai
O bonsai deve ser molhado de forma abundante, por isso é necessário um bom sistema de drenagem, mas somente quando a terra estiver molhada. No verão é necessário que se molhe a copa com um borrifador.
Sol ou sombra?
Depende da espécie. Mesmo que o bonsai precise de sombra, esta deve ser proporcionada com sombrite ou com a sombra de outra árvore. Bonsais são árvores que não “gostam” de interiores, e precisam, para se aproximar da sua forma natural, sofrer a influência do tempo.
Quais são as melhores espécies?
Depende. Os pinheiros são muito utilizados e as mirtáceas (goiabeiras, cerejeiras, araçazeiros, pitanga, etc) são muito resistentes pelo fato de serem nativas. Leguminosas e azaléias são muito plantadas também.
Ao contrário do que se pensa, o bonsai não tem que ter folhas pequenas, pois uma única folha pode representar uma parte da copa. A princípio, todas as árvores podem ser bonsais, mas conseguir fazer com que todas se adaptem ao envasamento… aí é outra história.
E a adubação?
Os bonsais precisam ser adubados de tempos em tempos e com determinadas concentrações de macro e micronutrientes. A adubação pode ser com compostos orgânicos de ação mais lenta ou fertigramas industriais de ação rápida e usada em menores quantidades, porém mais caro e com um maior risco de intoxicação por excesso.
Fonte : Jardineiro.net
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